sexta-feira, 26 de junho de 2009

Densidade

Gosto que as coisas tenham significados ou que a elas possa ser atribuída significância. Não gosto das coisas superficiais, banais ou corriqueiras. Nada que me aproxime das máquinas, por me expor a repetições ou atos mecanizados; nem situações que dispensem minha racionalidade, fazendo de mim apenas animal. Gosto de planejamento, de metas, de objetivos, concretos ou não, de floreamento, de cor, brilho e de raison d'être. Gosto de saber que não vim a vida "a passeio", embora goste muito de passear. Ainda me é alheia a razão da minha existência, entretanto, enquanto não descubro, sigo dando significado ao meu trabalho (in)significante: gosto de vê-lo como um processo criativo no qual eu tenha parte fundamental e exclusiva na criação. É um esforço mental e nessa brincadeirinha as coisas que eu toco viram ouro. Não, na verdade viram outra coisa, e essa coisa passa a existir por alguma razão, e ter essa finalidade em si já faz meu dia valer a pena. Sigo tentando horas desvendar a mensagemque algum autor de livro ou roteirista ou diretor de filme quiseram passar. Divagoexaustivamente sobre ações e intenções. As coisas não são destituídas de sentido, ainda que seus valores e significados não sejam absorvidos ou sentidos na pele. Nada é por acaso, exista o destino ou não. Também não é por acaso que você reproduz um bom ou mau hábito; ou que você pensa de uma maneira; ou, ainda, que você ame sempre um determinado tipo de carater, independente do amante. Inclusive não é por acaso que o o bordão 'nada é por acaso' é reconhecido e adotado por muitos.