quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A tristeza convida...

Tenho horror a frases reproduzidas, clichés e outras descrições baratas. Gosto mesmo é de metáforas, alegorias, antíteses, antonomásias, hipérboles, oximoros e sinestesias. Gosto de coisas ilustrativas! E gosto também (como não citar?) de ironia e sarcasmo.

Portanto, não me venham como "A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido"; não compro, não me atrai, não me satisfaz. Pra mim, felicidade deve ser outra coisa, muito mais grandiosa que isso, a qual nem sei bem descrever. E não sei fazê-lo não só porque me recuso a usar os tais recursos baratos, mas também porque, diferente da tristeza, a felicidade não é um estado de espírito, e sim um lugar. Felicidade para mim é um conceito condicionado: a existência de um sol lá fora, se o que eu estiver procurando é me acalentar pelos seus nobres raios; a uma viagem, se for fuga o que eu busco; a um carinho inesperado; a qualquer evento que me introduza uma nova perspectiva ou que acumule meu conhecimento. Sendo, então, um conceito condicionado a minha volatividade, fica meio impossível pensar em algo concreto para eternizá-lo em palavras.

Pra mim não existe "felicidade é o caminho e não o fim", felicidade não é substantivo, é verbo! É ação, e está acontecendo continuamente nesse momento em que escrevo. Felicidade às 12h08m dessa quinta feira azulada é olhar na janela e saber que esse enquadramento que ela me impõe pode ser facilmente superado se sair à rua ou à sacada. Felicidade, às 12h10m é saber que em breve encontrarei um amigo querido de voz rouca sexxxy. Felicidade, agora, é achar que tudo está longe de ter um fim!

A felicidade parece que é subjetiva, enquanto tristeza é universal. Que loucura isso hein? Se eu falar na felicidade de comer uma trufa de flor de laranjeiras, só entenderão aqueles que gostarem de tal iguaria e tiverem o mesmo tesão em comida que eu, os outros possivelmente ignorarão tal sentimento ou mesmo o desprezarão. Já se eu falar naquele vazio consumidor, que modifica todos os significados e deixa em dúvida o fato de a vida valer a pena, ahhh, aí todo mundo começa a SE ler no papel. A tristeza é assim, minha gente, ela convida.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Hoje sou Rebecca...

...e tenho uma vontade visceral de comer terra...

domingo, 7 de setembro de 2008

Sim, eu teria me amado... para sempre. Agora, vá.

Prevejo que tempos de deprê me abaterão. Hoje tive momentos de felicidade, mas, conforme o dia e os eventos foram acabando, uma angústia foi me tomando. De fato, ela já esta mais presente do que desejaria.

Acontece que tenho uma inquietação interior que só não se aflora em todos os momentos da minha vida porque não a permito. Porque ela é incompatível com a felicidade. Porque ela é destrutiva. Mas sim, a alimento algumas vezes.

Permito-me morrer e me mato sem pudor. Tenho uma necessidade voraz de mudar, de repensar, de trocar de cara e de acessórios. Tenho uma urgência de me despir de tudo que sou e carrego comigo.

E depois renasço ou fujo do meu ex-ser pretendendo ser qualquer outra coisa, superficial e efêmera, na maioria das vezes. Por ora fujo, não quero pensar nas vezes que sou egoísta, nas coisas as quais me omito, nos sentimentos ruins que alimento ou que desperto nas pessoas. Não quero pensar em tudo isso que me torna humana, que me faz ter uma perspectiva humanista do todo e que me tira a esperança de qualquer coisa maior, em função da nossa incapacidade de sermos completamente extraordinários.

Depois pensarei sobre tudo isso e implodirei tudo aquilo que não for mais útil ao meu novo ser. Criarei novos valores e conceitos, mas todos abertos e oscilantes, como eu, e também porque não quero mais coleiras para meu ser. Não quero rótulos que limitem minha existência. Nem mais responsabilidades do que já tenho. Não quero opiniões para ter que defendê-las; quero apenas simplificar a minha essência, me tornar tão desguarnecida e pura que, por isso, incabível mudar.