quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quando eu crescer...

Quero ser uma excelente oradora, uma profissional competentíssima, uma exímia viajante, uma insigne mãe; quero contribuir ativamente para uma construção do mundo e mais ativamente ainda para sua desconstrução, sempre que for necessário; quero argumentar; quero contra-argumentar; quero convencer e ser convencida; quero que meu melhor seja adotado por quem deseja e meu pior, apontado e questionado. Quero muito mais! Sempre!

Só não quero, com uma certeza que preenche todos meus poros, ser POSER. Nada pessoal, quantas pessoas por aí passam a vida toda querendo ser o que as pessoas querem que elas sejam? Quantas almas por aí querem se destacar de tal maneira que são capazes de ultrapassar todos os limites sociais e pessoais para conseguirem isso?

Eu não: não quero a responsabilidade de ter “inovar” com “mais-do-mesmo” para convencer os outros que eu sou alternativa.

Nada de fotinhas que só combinam com 'orkult','fakebook': quero fotos de porta-retratos. Nada de aportuguesar o Inglês com 'répi hora' daqui ou 'riléx' dali num pretenso domínio modesto e 'neologismo'(?) de vanguarda.

Todos têm vontade de se encaixar (onde quer que seja), de se sentir seguro e acalantado em grupo. Vez ou outra acabamos sendo menos o que somos de fato para sermos mais amadas (será?), respeitadas ou admiradas; mas fazer disso um estilo de vida já é um pouco além, não é?

Nada como apreciar “Heart Breaker”, da Mariah Carey, e não achar que isso define meu gosto musical ou determina quem eu sou. O barato de sermos quem somos é que, vez ou outra, encontramos alguém que quer ser nós.


PS: Que saudades de estar por aqui mais frequentemente!