quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sobre gostos e Umbigos...

Na falta de tempo e maiores inspirações (ou tempo para maiores transpirações) para escrever, eis um papo furado. É o seguinte, na maioria das vezes não acho que nasci na época certa:

Pra me divertir, preferiria ter vivido nos anos 80. Adoro Sidnei Magal, Serginho Malandro, Gretchen, Prince, Cindy Lauper e contemporâneos. Nhammy! Nada de Aviões do Forró, Calipso, Jota Quest, Victor & Léo, Chiclete com Banana e afins...

Para me vestir, a época medieval. Acho extremamente sexxxy corseletes que evidenciam o colo e aqueles saiotes a lá “bolo de noiva”.

Para fumar, beber e dançar, definitivamente a belle époque francesa.

Para ser amada, definitivamente a segunda fase do romantismo. Adoraria ser objeto de devoção e amor incondicional de alguém. Para corresponder esse amor, só nascendo ultra romântica também.

Para uma boa pegada, definitivamente o realismo. Desejos febris e proibidos, derretimento sobre braços, mãos não tão bobas quanto as da nossa geração e olhares lascivos.

Para pensar, alimentar o cérebro e revolucionar, definitivamente os anos 60. Adoraria ser hippie e fazer parte do cenário pintado em “Os sonhadores”.

Para ser mulher, definitivamente algum lugar no futuro, no qual poderemos ser ousadas e atrevidas sem sermos confundidas e no qual poderemos ser profissionais, mães e donas de casa numa sem termos que acumular funções porque ‘lugar de mulher é na cozinha e lugar de homem é no sofá’. Detestaria ser uma das “mulheres de Atenas”, viver na época de Nietzsche ou nos inúmero séculos nos quais o papel da mulher era restrito a esfera doméstica.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

ORKUT NÃO FALHA

Sorte do dia: Você nunca vacila ao enfrentar os problemas mais complexos.


E hoje vou resolver um dos bravos, pena que só temporariamente.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A tristeza convida...

Tenho horror a frases reproduzidas, clichés e outras descrições baratas. Gosto mesmo é de metáforas, alegorias, antíteses, antonomásias, hipérboles, oximoros e sinestesias. Gosto de coisas ilustrativas! E gosto também (como não citar?) de ironia e sarcasmo.

Portanto, não me venham como "A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido"; não compro, não me atrai, não me satisfaz. Pra mim, felicidade deve ser outra coisa, muito mais grandiosa que isso, a qual nem sei bem descrever. E não sei fazê-lo não só porque me recuso a usar os tais recursos baratos, mas também porque, diferente da tristeza, a felicidade não é um estado de espírito, e sim um lugar. Felicidade para mim é um conceito condicionado: a existência de um sol lá fora, se o que eu estiver procurando é me acalentar pelos seus nobres raios; a uma viagem, se for fuga o que eu busco; a um carinho inesperado; a qualquer evento que me introduza uma nova perspectiva ou que acumule meu conhecimento. Sendo, então, um conceito condicionado a minha volatividade, fica meio impossível pensar em algo concreto para eternizá-lo em palavras.

Pra mim não existe "felicidade é o caminho e não o fim", felicidade não é substantivo, é verbo! É ação, e está acontecendo continuamente nesse momento em que escrevo. Felicidade às 12h08m dessa quinta feira azulada é olhar na janela e saber que esse enquadramento que ela me impõe pode ser facilmente superado se sair à rua ou à sacada. Felicidade, às 12h10m é saber que em breve encontrarei um amigo querido de voz rouca sexxxy. Felicidade, agora, é achar que tudo está longe de ter um fim!

A felicidade parece que é subjetiva, enquanto tristeza é universal. Que loucura isso hein? Se eu falar na felicidade de comer uma trufa de flor de laranjeiras, só entenderão aqueles que gostarem de tal iguaria e tiverem o mesmo tesão em comida que eu, os outros possivelmente ignorarão tal sentimento ou mesmo o desprezarão. Já se eu falar naquele vazio consumidor, que modifica todos os significados e deixa em dúvida o fato de a vida valer a pena, ahhh, aí todo mundo começa a SE ler no papel. A tristeza é assim, minha gente, ela convida.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Hoje sou Rebecca...

...e tenho uma vontade visceral de comer terra...

domingo, 7 de setembro de 2008

Sim, eu teria me amado... para sempre. Agora, vá.

Prevejo que tempos de deprê me abaterão. Hoje tive momentos de felicidade, mas, conforme o dia e os eventos foram acabando, uma angústia foi me tomando. De fato, ela já esta mais presente do que desejaria.

Acontece que tenho uma inquietação interior que só não se aflora em todos os momentos da minha vida porque não a permito. Porque ela é incompatível com a felicidade. Porque ela é destrutiva. Mas sim, a alimento algumas vezes.

Permito-me morrer e me mato sem pudor. Tenho uma necessidade voraz de mudar, de repensar, de trocar de cara e de acessórios. Tenho uma urgência de me despir de tudo que sou e carrego comigo.

E depois renasço ou fujo do meu ex-ser pretendendo ser qualquer outra coisa, superficial e efêmera, na maioria das vezes. Por ora fujo, não quero pensar nas vezes que sou egoísta, nas coisas as quais me omito, nos sentimentos ruins que alimento ou que desperto nas pessoas. Não quero pensar em tudo isso que me torna humana, que me faz ter uma perspectiva humanista do todo e que me tira a esperança de qualquer coisa maior, em função da nossa incapacidade de sermos completamente extraordinários.

Depois pensarei sobre tudo isso e implodirei tudo aquilo que não for mais útil ao meu novo ser. Criarei novos valores e conceitos, mas todos abertos e oscilantes, como eu, e também porque não quero mais coleiras para meu ser. Não quero rótulos que limitem minha existência. Nem mais responsabilidades do que já tenho. Não quero opiniões para ter que defendê-las; quero apenas simplificar a minha essência, me tornar tão desguarnecida e pura que, por isso, incabível mudar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Planeta Alice das Maravilhas

Em suas aventuras interplanetárias o pequeno príncipe acabou conhecendo o planeta de Alice.

A amistosa camaleoa era a pessoa grande que mais se parecia com o pequeno viajante, jamais desistia de uma pergunta uma vez que a tivesse feito. Assim como o Petit Prince, não entendia as motivações obsessivas do homem de negócios, do bêbado, do geógrafo, do acendedor de lampiões, do monarca ou do vaidoso. Também como o menino, enxergava jibóias que haviam engolido elefantes e carneiros onde as pessoas grandes só viam chapéus e caixas; e procurava cuidar do seu planeta com toda assiduidade e estima.

Entretanto Alice não era uma camaleoa comum, queria sempre mais, e o que era para ser uma bênção acabou, não sem razão, se tornando sua cruz: Podendo se transformar em semi-deusa a hora que quisesse, ela perguntava ao príncipe, como se permitir ser qualquer outra coisa? E ela adorava ser semi-deusa, cada dia se transformava numa diferente. Se deliciava com uma variedade de poderes que ia descobrindo e os vivenciava com uma fome de curiosidade de criança.

Também adorava se transformar em mágica. Da sua cartola, então, tirava suspiros e sorrisos. Adorava sumir com as dores das pessoas. Outra coisa que amava fazer era repintar o cenário de seu planetinha. No céu da mágica Alice, tinha um sol que jamais parava de brilhar durante o dia, umas duas ou três nuvens de algodão, que a pequena adorava comer no fim de tarde. A noite, tinha uma lua que era sempre cheia, e que iluminava sutilmente o ambiente, emprestando-lhe seus tons ouro. A grama, era verde feito desenho animado e os animais, sempre saltitantes...

Acontece que a pequenina também queria se transformar em outras coisas, mas culpava-se por considera-las menos grandiosas. Dizia:

-Imagine Pequeno Príncipe, ser porra louca, viajar mundos e conhecer coisas inimagináveis, com o objetivo apenas de sobreviver. Ou então, irresponsável, pense realeza, não ter hora pra dormir nem compromisso para cumprir, não ia ser massa?

...Quanta festa seria se ela se permitisse transformar em egoísta, por um dia ao menos, para fazer o que quisesse sem levar em consideração os impactos dessa ação na vida dos outros. Mas então ela pensava que não precisava aumentar esses números, pois já existiam tantos momentos nos quais ela era egoísta sem saber (ou conseguir evitar) e outros tantos em que machucava os outros sem querer-querendo, apenas por ser ela mesma.

Ainda que as vezes desejasse isso, tendo todo o poder de mudança do mundo em suas mãos, como Alice poderia escolher ser uma simples mulher de negócios, uma bêbada, uma geógrafa, uma acendedora de lampiões, uma rainha ou uma vaidosa? Pior, e se Alice gostasse e abrisse mão dos seus prazeres cotidianos de semi-deusa? E se se transformasse numa das pequenas coisas que ela considerava e não quisesse mais ser mágica?

O pequeno príncipe entendia a profundidade e relevância das perguntas da cuidadosa camaleoa, mas sem ter as respostas adequadas, ou quaisquer comentários que confortassem a jovem, resolveu partir, reconhecendo que as vezes ser gente grande tendo alma de criança é mais difícil que apenas ser gente grande.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

post solto, mas não por acaso.

Estou retocando um post, enquanto ele não vem, uma reflexão:

"A nossa vida de adultos reduz-se a dar esmolas aos outros. Vivemos todos da esmola alheia. Desperdiçamos a nossa personalidade em orgias de coexistência." Bernardo Soares, pseudonimo do Fernando Pessoa

ps: Comentário solto, mas não por acaso: Bernardo Soares e eu somos almas gêmeas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

TOP 10 BEATLES

1) Eleanor Rigby (versão do El Clube de Tobi)
2) Blackbird (versão da Sarah McLachlan)
3) I’m only sleeping
4) Strawberry Fields Forever
5) Nowhere man
6) Hello goodbye
7) I’m looking through you
8) Across the universe (versão do Rufus Wainwright)
9) You’ve got hide your love away
10) Cry Baby Cry

domingo, 17 de agosto de 2008

AUTOCRÍTICA

Ainda que eu reconheça a subjetividade das pessoas (e de todo o mais derivado delas), continuo perseguindo e me apoiando em supostas verdades.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Eu falo das casas e dos homens

Estava conversando sobre a postura do governo carioca, que priorizou cuidados com a candidatura do Rio a copa de 2014 em detrimento da segurança pública, e sobre a parcela de culpa que a sociedade tem nessa história em função de sua íncrivel capacidade de não se chocar e de sua passividade infinda. Por coincidência acabei revendo esse poema que tem tudo a ver com o tema e resolvi compartilhar em razão da contemporaneidade do assunto.

Ei-lo:

Eu falo das casas e dos homens,
dos vivos e dos mortos:
do que passa e não volta nunca mais...
Não me venham dizer que estava materialmente previsto,
ah, não me venham com teorias!
Eu vejo a desolação e a fome,
as angústias sem nome,
os pavores marcados para sempre nas faces trágicas das vítimas.


E sei que vejo, sei que imagino apenas uma ínfima,
uma insignificante parcela da tragédia.
Eu, se visse, não acreditava.
Se visse, dava em louco ou profeta,
dava em chefe de bandidos, em salteador de estrada, - mas não acreditava!


Olho os homens, as casas e os bichos.
Olho num pasmo sem limites,
e fico sem palavras,
na dor de serem homens que fizeram tudo isto:
esta pasta ensanguentada a que reduziram a terra inteira,
esta lama de sangue e alma,
de coisa a ser,
e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança,
se o ódio sequer servirá para alguma coisa...


Deixai-me chorar - e chorai!
As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos,
de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição
e enquanto chorarmos talvez julguemos nosso o drama,
por momentos será nosso um pouco do sofrimento alheio,
por um segundo seremos os mortos e os torturados,
os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados,
seremos a terra podre de tanto cadáver,
seremos o sangue das árvores,
o ventre doloroso das casas saqueadas,
- sim, por um momento seremos a dor de tudo isto...

Eu não sei porque me caem as lágrimas,
porque tremo e que arrepio corre dentro de mim,
eu que não tenho parentes nem amigos na guerra,
eu que sou estrangeiro diante de tudo isto, eu que estou na minha casa sossegada,
eu que não tenho guerra à porta,
- eu porque tremo e soluço?
Quem chora em mim, dizei - quem chora em nós?


Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros:
as ruas são ruas com gente e automóveis,
não há sereias a gritar pavores irreprimíveis,
e a miséria é a mesma miséria que já havia...
E se tudo é igual aos dias antigos,
apesar da Europa à nossa volta, exangue e mártir,
eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente,
sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos,
sem nada senão lágrimas que vêm tarde, e uma noite à volta,
uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada...


Casais Monteiro, autor dessa obra, se naquela época já chorava, sou incapaz de presumir o que ele faria na nossa época!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Seqüência de Imagens

It was one of those
days
when it's a minute away from snowing
and there's
this
electricity in
the
air, you can almost hear it. And this
bag was,
like,
dancing
with me.
Like a little kid begging me to play with
it. For fifteen
minutes. And
that's the day
I realize
there was this entire
life behind
things
,
and... this
incredibly benevolent
force, that wanted
me to know
there was no
reason to be afraid,
ever
. Video's a
poor
excuse, I know.
But
it helps me
remember... and I need
to
remember...
Sometimes there's
so much
beauty in the
world I
feel
like I can't take it, like my heart's
going to
give
in
.

sábado, 19 de julho de 2008

O poder de enganar dos publicitários...

Uma coisa é dizer que comerciais de bebidas alcoólicas na mídia não estimulam um consumo excessivo e inconseqüente do público. Discordo plenamente, mas isso não vem ao caso. Outra coisa é veicular um comercial de uma pretensa associação de propagandistas sugerindo que uma censura de tais comerciais (por conta de uns legisladores que acreditam na correlação positiva entre eles e o consumo) legitimaria o “DIREITO” de alguns consumidores transgressores de leis enquanto que privaria milhares de “pessoas de bem” dos seus direitos de acesso a comerciais TÃO bem feitos como os de bebidas alcoólicas, que proporcionam todas as informações necessárias para uma escolha consciente do melhor produto etílico (como se esse fosse a razão de ser desses comerciais em específico).

Uma coisa é argumentar em favor dos comerciais de bebidas alcoólicas. Outra coisa é perverter significados para convencer expectadores passivos...

Uma coisa é sugerir que um mundo sem vaidade em relação à estética seria ruim. A outra coisa é mostrar que nesse mundinho não haveria espelhos, todos se vestiriam de maneira igual, usariam o mesmo corte de cabelo, teriam a mesma forma de andar, de falar e os mesmos trejeitos; como se para acabar com o culto ao belo fosse necessário acabar com o belo.

Uma coisa é argumentar em favor do uso de cosméticos do Boticário. Outra coisa é perverter significados para convencer expectadores passivos...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O amor romântico

Chamem de trauma, covardia ou o que for, mas fato é: eu tenho medo do AMOR.

Existe um consenso sobre a grandeza desse sentimento e, em função dela, freqüentemente, atribuí-se ao amor o monopólio do sentido da vida. Por isso julgam-se infelizes aqueles que não se casam, aqueles que rompem relacionamentos duradouros, aqueles que não conseguem passar o DNA adiante através de filhos ou aqueles ranzinzas, que não estabelecem relações interpessoais concretas. Por isso também são tão famosos os escritos da escola literária Romantismo: eles são a concretização do ideal do AMOR enquanto razão de existência, é ele quem dá o colorido a natureza, o pulso ao coração, a movimentação ao cabelo da amada, a possibilidade da felicidade eterna. Sem o amor, nada mais justo que definhar pouco a pouco ou mesmo dar cabo à vida. Romeu, maior história de amor da literatura ocidental, por exemplo, não pensou duas vezes em se envenenar quando se deparou com o amor de sua vida, Julieta, morta.

Outra característica do AMOR é que ele nos deixa vulnerável. E não estou falando da “simples” entrega de si para outrem. Falo da ausência de controle sobre as situações, em conseqüência desse sentimento. Bem se vê isto a partir de Julieta, que foi capaz de alimentar um sentimento por Romeu, mesmo sabendo que ele representava o inimigo. E, teoricamente, ELA NÃO TEVE ESCOLHAS. Ela o amava, e, por isso, não tinha controle sobre suas ações e sentimentos.
Eu tenho medo do AMOR porque não quero ficar refém de um único sentimento para dar sentido a minha existência. A vida pode ser vivida e experimentada por inúmero outros sentimentos e eu quero a chance de escolher pessoalmente aquele(s) que realmente a faz(em) valer a pena.

Também não quero perder o controle sobre minhas escolhas em função do AMOR. Não quero um sentimento que me consuma tanto que impeça que outros sentimentos se manifestem ou se desenvolvam. Tenho amigas que se fecham quando namoram e eu sinceramente entendo que elas estão curtindo, amando e etc. Estando de fora da situação, peço a todas as outras amigas que puxem minha orelha caso faça a mesma coisa quando namorar, mas meu maior medo é, estando dentro da mesma situação, optar por, em nome desse tal de AMOR, colocá-las em segundo ou terceiro plano, e ainda achar que estou fazendo as melhores escolhas para mim.

Eu não! Quero um AMOR INVENTADO para mim. Grande que nem o original, mas não fulfilling; incentivador de aventuras e loucuras, mas não supressor da razão; e, sobretudo, humilde o suficiente para permitir a coexistência de outros amores e sentimentos ou garantir sua renuncia, quando for a melhor opção a ser tomada.

sábado, 28 de junho de 2008

Planos para Julho/2008

1- Ler biografia do Tim Maia (amo);
2- Grey's Anatomy;
3- Churrasco (uma vez por semana);
4- Assistir “Clube da Luta” e “Closer” pela enésima vez (perfeitos!)
5- Ler pequeno príncipe pra minha irmã;
6- Zoológico e Hopi Hari;
7- Descobrir uma locadora com muitos clássicos e filmes europeus e devorá-los;
8- praticar francês;
9- Banheira de Hidromassagem, Piscina e Sauna;
10- Escrever cartas;
11- Dormir Bastante;
12- Fugir de casa no meio da madrugada só para ir para Montauk;
13- Jogar Mau-mau (e, preferencialmente, não perder);
14- Praticar outras fugas;
15 - Aprender a fazer sites, para mudar esse layout creepy;
16- Devorar Versos Satânicos (adoro metáforas!);
17- Assistir “The Wild”, “Sobre café e cigarros” e “Sunset Boulevard”
18- Passar o dia de pijama;
19-
20-

De repente ser feliz pareceu tão fácil e acessível...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Origem do Sexismo

Passadas onze horas da noite e recebo um link no gtalk. Ele levava a um artigo no Scielo que defendia que, Lilith, a primeira mulher de Adão (também fiquei chocada!) representa a primeira reação feminina ao domínio masculino. Ainda não li o texto, mas fiquei curiosa. Primeiramente para saber de onde saiu essa mulher que a tradição católica me negou o conhecimento. Depois, e mais interessante, a amiga que enviou o link indagou: quando é começou a submissão feminina?

O que eu gosto dessas conversas é justamente aquilo que faz a maioria detestá-las: não levam a lugar nenhum. Mas quem disse que a gente precisa sempre estar fazendo alguma coisa para algum fim?

Estamos há pelo menos 25 minutos conversando e desde então já descartamos minha hipótese (comédia) de que a mulher se submeteu primeiramente na pré-história quando viu um urso e fingiu medinho (por preguiça de combatê-lo), desde então ganhou um companheiro caçador e protetor; em seguida concordamos de que na pré-história não poderia haver manhas e mimos pois a maior preocupação era com a sobrevivência e não com a existência; depois levantamos a hipótese de mimetismo humano com relação ao comportamento animal. Também viajamos além e paramos na idade média. Com direito a falar sobre o conceito de razão na Grécia antiga, e tudo.

No momento o papo se resume a assuntos cotidianos e está nas últimas. Mas os assuntos anteriormente abordados não morrerão com o fim da conversa. Acho que o próprio fato de não deixarem uma conclusão permite que a gente siga pensando sobre os diversos pontos levantados. Por exemplo, me conhecendo como eu conheço, garanto que não sossego enquanto não arranjar uma marco histórico plausível para o surgimento da dominação masculina. Aceito sugestões de bom gosto, caso contrário farão alguém que se considera pelo menos um pouco feminista TREMER (de raiva!).

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cada um sabe a dor e delícia de ser o que é.

Acabei de receber um elogio que me convenceu que não sou tão errada assim. Me encheu de satisfação pessoal, devolveu força aos meus objetivos e me deu esperança quanto a viabilidade de mudanças.

Outra pessoa tivesse feito as mesmas colocações, tudo teria mudado. Por isso, meu sincero obrigado pelo seu amor incondicional e pela fé em minha pessoa. É recíproco, a minha maneira.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Do porque eu não gosto de futebol...

Quarta-feira a noite, poderia estar estudando, como deveria. Mas estou sem saco! E na TV está rolando amistoso com a seleção brasileira. Não assistiria se tivesse qualquer coisa mais interessante rolando (adoraria estar assistindo a um bom filme ou Grey’s Anatomy, por exemplo), mas não tem e tenho que me conformar. Logo no começo do jogo eu me dou conta que é o Galvão Bueno narrando. AFF DEUS! Falta de opção é uma coisa, né? Mas prossigo...

Mais alguns minutos rolam. Eu, que não estava prestando grande atenção, não sei como o Robinho conseguiu chegar à grande área sozinho. Acontece que ele chegou. Nesse momento, eram só ele, o goleiro e o gol livre. Robinho optou por driblá-lo e alcançar a melhor posição para chutar ao gol. No meio tempo que durou o embate entre os dois, o goleiro puxou (a meu ver, levemente) a camisa do primeiro. Isso não afetou em nada o desempenho do Robinho. Acontece que quando ele se livrou do goleiro, já haviam chegado outros jogadores argentinos, e contra eles, nosso jogador não teve o mesmo sucesso.

Tudo não passaria de uma situação normal, se o Galvão Bueno tivesse mantido sua boca fechada. Como ele deve ganhar por palavra falada, ele logo foi pensando em alternativas de ação que poderiam ter transformado o ataque do Robinho em GGGGGoooooooooooooooooooooooooOOOOOOOOOOOOOOOOLLLL!!!!! Uma delas foi utilizar-se estrategicamente daquele puxão de camisa para cravar um pênalti favorável ao Brasil. A sugestão do Galvão então foi que o Robinho tivesse se jogado no chão.

Incitar a malandragem em rede nacional para mim é demais. E ainda chegou ao cúmulo, no final do primeiro tempo, de um repórter perguntar ao jogador em questão o porquê de ele não ter se jogado. A resposta dele não poderia ser outra: “Não cabia eu me jogar naquela situação”. Acontece que frequentemente é. Assim como Galvão, muitas pessoas, inclusive jogadoras profissionais de futebol, pensam e agem como malandrinhos, se aproveitando daquilo que consideram oportunidade.

Para mim pênalti é outra coisa: são aquelas entradas brutais, nas quais os jogadores voam, se machucam, ou coisa parecida. Mas eu não entendo (e, se bobear, faço pouca questão de entender) de futebol e pênalti pode ser outras coisas também.

Daí entro na questão do porque não gosto de futebol. Não aceito que o time que jogou melhor tenha um resultado desfavorável. Também não aceito que um time vença porque tenha feito uma malandragem e tenha conseguido um pênalti quando não foi, ou um escanteio que não era pra ser, e assim por diante.

Não conseguiria sustentar uma vitória num gol feito por sorte, ou por malandragem. Nem conseguiria acompanhar um time que se sustenta mais na tradição que na competência. Mas essa sou eu...

terça-feira, 17 de junho de 2008

A vida é cheia de som e fúria...

A música definitivamente tem um peso incrível na minha vida. Se nesse momento tivesse que escolher uma para definir meu estado de espírito, definitivamente ela seria Space Oddity, do David Bowie. Não só a letra se encaixa perfeitamente em uma situação na qual estou vivendo, como a melodia me conforta e acalenta.

Há também as músicas de fuga. Nelas me refugio sempre que quero viver outras coisas...Quando ouço Downtown, de Petula Clark, me transporto para ruas nova yorkinas fictícias, nas quais tudo são luzes, novidades e preenchimento existencial. Se estou meio ansiosa, opto logo para a voz sedutora e inebriante de Billie Holliday e quando vejo estou “Smoking, drinking, never thinking of tomorrow”...

Falando em sedução, também tem aquelas músicas capazes de dar um gás imenso em minha auto-estima, me transformando na mais sexxxy das mulheres. São elas: Fever, na voz da Ella Fitzgerald; A história de Lily Braun, na voz da Gal; Whatever Lola Wants, da Sarah Vaughan; Smile e Everyone is in love with you, do David Byrne; e outras mil.

Não posso me esquecer da minha música predileta, que sempre se encaixa em qualquer dos meus incontáveis humores: Under Pressure, do Queen.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Metáforas

Assim como algumas brincadeiras (há quem acredite que todas brincadeiras), as metáforas escondem verdades. O objetivo das últimas é passar um conteúdo através de uma comparação implícita, numa apelo estilístico ou em nome de uma explanação mais clara e ilustrativa.

Entretanto, também como as brincadeiras, as metáforas nem sempre são entendidas. Fico me perguntando como as pessoas não conseguiram ver que o livro “A metamorfose”, de Franz Kafka, era uma grande metáfora das relações humanas. Pessoalmente, conforme eu lia a obra eu não conseguia deixar de pensar num tio que, conforme foi se tornando problemático, foi sendo gradativamente abandonado pela família, como se ele tivesse se tornando o próprio bicho kafkaniano.

Outra metáfora bastante expressiva para mim (segue abaixo) foi extraída do livro “Ave, palavra”, de Guimarães Rosa. Ela demonstra que as escolhas pautadas em valores morais considerados “corretos” nem sempre são isentas de conseqüências ruins e que a opção pela omissão, em alguns casos, pode não ser reprovável. Ele mostra o quão difícil é o processo de tomada de decisões e quantas dimensões ele engloba. Tudo isso numa reflexão dramática e provocativa.

Zôo
Uma cascavel, nas encolhas*. Sua massa infame.
Crime: prenderam, na gaiola da cascavel, um ratinho branco. O pobrinho se comprime num dos cantos do alto da parede de tela, no lugar mais longe que pôde. Olha para fora, transido, arrepiado, não ousando choramingar. Periodicamente, treme. A cobra ainda dorme.
Meu Deus, que pelo menos a morte do ratinho branco seja instantânea!
Tenho de subornar um guarda, para que liberte o ratinho branco da jaula da cascavel. Talvez ainda não seja tarde.
Mas, ainda que eu salve o ratinho branco, outro terá de morrer em seu lugar. E, deste outro, terei sido eu o culpado.
(*) nas encolhas: retraída, imóvel.
(Fragmentos extraídos de "Ave, palavra", de Guimarães Rosa)

sábado, 14 de junho de 2008

Gênese...

Alguns esclarecimentos antes de tudo que está para vir:
1) Não acredito em verdade universal. Mas acredito na minha, porque a sinto, e tento não ignorar a dos outros.
2) Não pretendo ser didática. Escrevo para desabafar, praticar essa arte e divulgar meus pensamentos; e não para criar discípulos.
3) Não me admire! Eu não sou eu. Sou apenas uma colecionadora bem sucedida de almas.









O primeiro post:

Primeiro começou com a instituição família, em seguida com os laços de parentesco, depois com as instituições escrita e escola; quando eu nasci, já haviam mil coleiras em forma de instituição. Tudo teria sido mais fácil se eu não fosse tão resistente ao adestramento convencional, mas isso não significa que eu não seja adestrada: para os teimosos têm sempre os planos B e C.

O Plano B tem duas linhas de atuação: a primeira consiste na disseminação da idéia de que você nunca desenvolve seu potencial humano quando vive sozinho. Quantas coisas conquistaram os homens pré-históricos? Frequentemente só o suficiente para eles viverem, o que já seria suficiente, se não fosse aquém do nosso potencial. Pois bem, eles se juntaram, e hoje temos carros, temos superprodução de produtos e de informações, temos globalização e estamos a beira de descobrir outras formas de vida interplanetárias...Em suma, o trade-off é esse: você sozinho, conseguindo o mínimo para viver, ou você em grupo, e o céu é o limite? A segunda vertente do plano B atua na marginalização do individuo que resiste em se encaixar aos moldes convencionais. Você não consegue criar laços identitários com outros grupos porque não possui coisas em comum com a gente comum. Pelo mesmo motivo, as pessoas do grupo não te reconhecem como parte dele. Como existe essa incompatibilidade mútua, você, o marginal, para não abaixar sua auto-estima por não fazer parte do grupo (num mundo no qual tudo gira em torno de grupos), acaba criando ou potencializando os defeitos daquele espaço afim de minimizar sua culpa por não participar deles. Os grupos, por sua vez, para afirmarem uma série de características que possuem e que unem seus membros, rechaçam as diferenças, como se a diferença representasse uma ameaça aquele modus vivendis. A finalidade desse plano é fazer com que os marginais repensem sua posição, optando por ignorar suas diferenças e criando, artificialmente, características que os aproximem destes grupos.

O Plano C é para aqueles que mantém seus posicionamentos, mesmo depois da investida do plano B. Para estes, são criados grupos que se enquadrem a seus perfis. Acontece que esses grupos se encontram também a margem. As pessoas aí experimentam a sensação de fazer parte de algo, mas não conseguem interagir com os outros grupos.

Já passei pelos planos B e C. Sou diferente! E “a mim” foram dados uma série de grupos com os quais me identifico: mulheres libertárias (com ressalvas), adoradores de filmes asiáticos, das pessoas que não sabem qual seu veredicto sobre a existência ou não de deus (e nem se importam com isso), entre outros.

No princípio, foi muito bom encontrar pessoas como a gente. Saber que alguém compartilhava dos meus sentimentos e ideais. Saber que não estava sozinha! Depois foi desesperança. Reconhecer meu pertencimento a estes grupos é saber que o controle social adentra todas dimensões da vida e que contra ele não há nada que se possa fazer. Reconhecer que não fui adestrada do modo convencional é uma vitória pessoal, mas saber que ainda sim fui adestrada, é angustiante.

Me desespera saber que agora as mesmas coisas que eu vou notar num filme como “A Maça” serão comuns a outras pessoas, não porque elas também acham isso, mas porque sofremos o mesmo processo de adestramento. Me desespera ainda mais saber que agora, enquanto grupo, temos um rótulo a defender e que isso provocará constrangimentos a pessoas, que para fazer parte do nosso grupo serão capazes de mentir e de se anularem. Os primeiros versos da música “Circo Místico” de composição de Chico Buarque são bem ilustrativos nesse sentido: “Não/ Não sei se é um truque banal/ Se um invisível cordão/ Sustenta a vida real”. Somos marionetes sim, e até o “vilão” é.

E o que me mais me desconsola nessa história toda é que não consigo reconhecer nada em mim que seja genuinamente meu! Minha visão de mundo e alguns sentidos físicos (paladar e visão, por exemplo) são resultados do meu pertencimento transversal a grupos (social, econômico e cultural, por exemplo). E até o modo como eu guardo (e dou) amor para as pessoas foi socialmente criado.